sexta-feira, 27 de abril de 2012

Uma estranha...

Não sentia vontade de copiar em seu caderno as atividades que a professora passava no quadro-negro. Não queria ler nem ver mais nada daquilo. Não sentia a mínima vontade de estar ali. Gostaria de estar correndo pela grama verde e cortada, molhadas com gotas de Orvalho da manhã. Sentia um grande agonia guardada dentro de si. Gostaria muito de poder voar, ter enormes asas para correr até o lago e sobrevoa-lo, molhando apenas as pontas dos dedos na água gelada. Sentia-se presa àquele mundo surreal no qual gostaria de estar. Não aguentava mais estar ali. Não queria estar ali, era como se estivesse presa à uma vida inútil. Nada mais interessava, apenas a sua vontade de não ser só mais uma pessoa no mundo. Do que adiantava aquilo? Queria fugir, queria correr, voar, se afogar... Nem ela sabia. Não sentia-se humana. Não tanto quanto os outros, e o calor ajudava-a a se sentir assim. Sentia um estranho e demasiado medo de si mesma. Por um instante pensou que era diferente das outras pessoas, e de certa forma isso era verdade. Sentia uma estranha reviravolta em seu estômago. Não queria que ninguém a olhasse, sentia-se estranhamente e totalmente diferente de todos à sua volta. Sentia medo. Um medo que não queria sentir, aliás, ela queria apenas uma coisa... Sentir apenas mais uma vez a sensação de liberdade.
  -Ana Carla

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